O tiro saiu pela culatra: a propaganda do Copilot no Windows 11 que mostrar um erro da IA
- pedraolcav
- há 5 dias
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A Microsoft está investindo pesado para tornar o Copilot, seu assistente de Inteligência Artificial, um recurso central no Windows 11. No entanto, uma recente campanha publicitária com influencers acabou viralizando, mas não pelo motivo que a empresa esperava. O vídeo, que deveria demonstrar a eficiência do Copilot em ajudar o usuário a navegar pelas configurações do sistema, inadvertidamente, mostrou o assistente cometendo um erro básico – e, pior, agindo como se tivesse resolvido o problema com sucesso.
🔎 O Caso da Configuração de Tamanho do Texto
O cerne da polêmica reside em uma demonstração simples: o usuário pedia ao Copilot para mostrar onde aumentar o tamanho do texto no Windows 11.
O Pedido Inicial: O usuário pergunta ao Copilot como aumentar o tamanho do texto no sistema.
O Primeiro Acerto (Parcial): O Copilot, corretamente, direciona o usuário para as Configurações de Exibição (Display settings).
O Erro Grosseiro: Quando o usuário pergunta o que clicar a seguir, o Copilot destaca a opção de Dimensionamento de Tela (Scale), que é usada para alterar a escala de todos os elementos (aplicativos, texto, etc.) – e não apenas o tamanho do texto de acessibilidade, que é o que o usuário realmente queria. O detalhe irônico é que o Copilot ainda sugere a porcentagem que já estava selecionada na tela (150%), indicando que a IA não entendeu o objetivo final do usuário.
A "Solução" do Usuário: No vídeo, o usuário (aparentemente sem seguir a sugestão inútil do Copilot), ignora o assistente e, sem querer, seleciona uma porcentagem de dimensionamento maior (200%), dando a entender que o problema foi "resolvido", mesmo que o Copilot tenha falhado em fornecer a instrução correta e precisa.
🤷♂️ A Percepção do Público: Falha na Demonstração ou no Produto?
A repercussão nas comunidades de tecnologia e redes sociais foi imediata e dividida em duas grandes frentes de crítica:
1. Falha na Qualidade da IA (Alucinação)
Muitos usuários apontaram que o vídeo é uma prova de que o Copilot, assim como outras IAs generativas, está sujeito a "alucinações" – quando a IA gera uma resposta incorreta ou sem sentido, mas a apresenta com confiança.
O Copilot não conseguiu diferenciar a configuração de "Tamanho do Texto" (uma opção de acessibilidade separada) do "Dimensionamento de Tela" (que afeta todos os elementos da interface).
A sugestão de clicar em uma opção que já estava ativa apenas reforçou a ideia de que a IA não estava "vendo" ou interpretando corretamente o contexto visual e o objetivo do usuário.
2. Crítica à Estratégia de Marketing
A maior surpresa foi o fato de a Microsoft ter aprovado e publicado uma demonstração com um erro tão evidente, especialmente em uma campanha com influenciadores, onde cada detalhe é normalmente roteirizado e revisado.
Poderia ser um "Acontece": O vídeo foi uma demonstração pré-gravada. Se a IA falhou mesmo em um ambiente controlado, isso levanta sérias dúvidas sobre a sua confiabilidade no uso diário.
O "Pretendendo que Funcionou": A maneira como o vídeo prossegue, como se o Copilot tivesse sido bem-sucedido, foi o que mais irritou os usuários. Para os críticos, a Microsoft tentou "esconder" a falha do assistente, fingindo que a tarefa foi cumprida.
💡 Lições para a Era da IA no Desktop
Este incidente serve como um alerta importante sobre a integração apressada de IAs em sistemas operacionais centrais:
A Confiança é Fundamental: A principal promessa de um assistente de IA é simplificar tarefas. Se ele falhar em instruções básicas, a confiança do usuário no produto é rapidamente minada.
Contexto vs. Conexão: O Copilot no Windows 11 é promovido como uma IA com "contexto do dispositivo", capaz de entender o que está na tela. A falha em distinguir entre duas configurações visivelmente diferentes no menu mostra que a conexão entre o Large Language Model (LLM) e o sistema operacional ainda tem falhas.
A Microsoft certamente continuará aprimorando o Copilot, mas esse gaffe publicitário permanecerá como um lembrete de que, mesmo em demos de alto orçamento, a IA ainda tem um longo caminho a percorrer até se tornar a assistente infalível que muitos usuários esperam.







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